Jabuticaba: conheça os benefícios dessa fruta legitimamente brasileira

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A brasileiríssima jabuticaba é uma fruta de casca púrpura-preta, com cachos de frutos do tamanho de ameixeiras, que crescem diretamente ao redor do caule e dos ramos principais. Também é conhecida como ‘uva do Brasil’, por sua aparência semelhante a das uvas, mas com uma pele mais espessa e resistente.

Com propriedades antioxidantes comparadas a de famosas frutas da família berry, ou mesmo das uvas, a jabuticaba apenas recentemente foi descoberta pela comunidade científica internacional, motivo pelo qual existem poucos estudos sobre ela.

Apesar disso já se sabe que seus compostos possuem propriedades, além de antioxidantes, anti-inflamatórias e, potencialmente, anticancerígenas.

Principais propriedades medicinais da jabuticaba

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Rica em diversos nutrientes, a jabuticaba, cientificamente chamada Myrciaria cauliflora, pertencente à família Myrtaceae. Apesar de ser nativa do Brasil, também é cultivada em alguns países da América Latina, como Argentina, Bolívia, Paraguai e México. Veja abaixo as propriedades dessa fruta, considerada rara na maior parte do mundo.

Valor nutricional

A jabuticaba possui poucas calorias e carboidratos. É rica em antioxidantes, entre eles as antocianinas, substância encontrada normalmente em frutas e flores com coloração que varia do vermelho e azul, vitamina C e E, ácido fólico, Niacina, Tiamina e Riboflavina. Contém ainda minerais como potássio, cálcio, magnésio, ferro, fósforo, cobre, manganês e zinco. Em 100 g da fruta estão presentes (1):

  • Calorias: 45,7 g–51,7 g
  • Água: 87,1 g
  • Vitamina C: 22g
  • Proteína: 0,11 g a 0,32 g
  • Gordura: 0,01 g
  • Carboidrato: 12,58 g
  • Cálcio: de 6,3 mg a 7,6 mg
  • Fósforo: 9,2 mg–34,6 mg
  • Ferro: 0,49 mg-0,87 mg
  • Potássio: 13,2 mg
  • Vitamina B1: 0,04 mg
  • Vitamina B2: 0,09 mg
  • Niacina: 1,3 mg
  • Fibra: 0,08 mg
  • Riboflavina: 0,02 mg
  • Triptofano: 1,0 mg
  • Lisina: 7,0 mg
  • Ácido ascórbico: 17,7mg-238 mg
  • Antocianinas totais: 58,1mg-315mg
  • Total de fenólicos: 460,9 mg
  • Carotenoides totais: 0,32 mg

Um dos diferenciais da fruta são as propriedades de sua casca. A antocianina, ou vitamina R, presente nela em abundância, pode ser 50 vezes mais potente do que a vitamina E e até 20 vezes mais do que a vitamina C.

Ajuda a retardar o envelhecimento

A jabuticaba contém uma grande quantidade de compostos fenólicos que possuem propriedades biológicas como atividade antioxidante e são sequestradores de radicais livres, promovendo a regeneração das células e ajudando a prevenir o envelhecimento prematuro.

São eles: resorcinol, ácido p-hidroxibenzóico, antocianinas, ácidos hidroxicinâmicos, flavonoides, cumarinas e elagitaninos (2, 3, 4).

Tem ação anti-inflamatória e anticancerígena

Algumas substâncias presentes na jabuticaba possuem atividade anti-inflamatória, contribuindo para a prevenção de diversas doenças, como a artrite. Elas também podem previnir complicações cardiovasculares e neoplasias, como o câncer que acomete a cavidade bucal.

Entre essas substâncias está o ácido gálico, um fenol vegetal encontrado abundantemente em plantas e que demonstrou ter várias propriedades, incluindo as anti-inflamatórias e anticancerígenas (5, 6).

Melhora a resistência à insulina e ajuda a perder peso

As antocianinas, presentes em grande quantidade na casca da jabuticaba, são conhecidas por contribuir com a perda de peso. Um estudo realizado com ratos em laboratórios, que inicialmente receberam uma dieta rica em gordura e posteriormente um suplemento com o pó da casca, também constatou que a suplementação foi eficaz para melhorar a resistência à insulina associada a obesidade (7).

É rica em vitamina C

Uma das principais vitaminas presentes na jabuticaba é a vitamina C. Para se ter uma ideia, uma porção com 100g da fruta contém cerca de 22g desse nutriente.

A vitamina C é conhecida como uma aliada no combate de doenças cardiovasculares, gripes e infecções relacionadas ao sistema respiratório, tais como a asma. Ela previne ainda alergias, glaucoma, hipertensão arterial, e até mesmo anemia e fadiga crônica (8, 9).

Ajuda a manter ossos e dentes saudáveis

A polpa da jabuticaba possui altos níveis de minerais como cálcio, potássio e magnésio, essenciais para o fortalecimento de ossos e dentes, contribuindo para a prevenção de doenças como osteoporose (10, 11).

Aumenta a imunidade e melhora o metabolismo energético

Outro mineral encontrado na polpa da jabuticaba é o fósforo, importante para fortalecer o sistema imunológico, além de ajudar o organismo a desempenhar melhor o metabolismo energético, contribuindo, ao mesmo tempo, para combater os sintomas provocados pelo estresse. Apesar de ser o segundo mineral mais abundante no corpo humano, ele é frequentemente eliminado pela urina, o que torna necessária a sua reposição (12).

Contém pectina

Essa fibra solúvel é conhecida por contribuir com a saúde da microbiota intestinal. Ela ajuda ainda no equilíbrio dos níveis de glicose no sangue – o que é importante para pessoas com hipoglicemia ou diabetes –, na desintoxicação do organismo, já que auxilia na remoção de alguns metais pesados e substâncias tóxicas, e no combate do colesterol alto e obesidade (13, 14).

Possui uma grande quantidade de antocianinas

A principal substância presente na casca da jabuticaba, são as antocianinas que conferem cor a elas, um poderoso antioxidante que proporciona diversos benefícios para a saúde (15, 16):

  • Ajuda na recuperação da elasticidade e firmeza da pele, combatendo rugas e até mesmo prevenindo a queda de cabelo;
  • Auxilia na redução da produção de histamina, aumentando a resistência do organismo;
  • Contribui para diminuir o colesterol ruim;
  • Fortalece os vasos sanguíneos, prevenindo doenças relacionadas a eles;
  • Pode auxiliar as funções cognitivas, pois protege células do cérebro, sendo muito importante em idades mais avançadas;
  • Melhora a resistência física, incluindo a disposição energética e elasticidade muscular;
  • Pode ajudar a melhorar a visão;
  • Possui propriedades anticancerígenas e anti-inflamatórias.

Quais são as melhores formas de consumir a jabuticaba?

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A colheita da jabuticaba acontece entre setembro e novembro, época em que é mais comumente encontrada nas prateleiras dos supermercados. Embora o período seja curto, a safra geralmente é abundante e diversificada. São cerca de 15 espécies diferentes da fruta.

Além de consumida fresca, é ainda bastante utilizada na culinária. A partir dela são produzidas geleias, doces, sucos, vinhos, licores e molhos muito saborosos que podem acompanhar pratos salgados ou carnes.

Já a farinha, feita a partir do processamento das cascas, é bastante utilizada como suplemento alimentar, encontrada inclusive em países em que a fruta não é cultivada. Pode ser adicionada a diferentes alimentos, ou usada na preparação de diversos tipos de massa como macarrão, pães ou tortas.

Riscos do consumo excessivo

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Quem já subiu em um pé de jabuticaba sabe como é difícil parar de comer essa frutinha. Entretanto, apesar de ser deliciosa, com sabor adocicado e exótico, e dos diversos benefícios que ela proporciona para a saúde, o consumo em excesso também pode causar algumas complicações.

A jabuticaba faz parte dos frutos em que de nada adianta consumir a polpa e jogar fora a casca. É nela que se encontram as melhores características nutricionais dessa fruta.

Porém, quando consumida em excesso, a casca pode causar constipação, além de conter uma grande quantidade de tanino, um composto importante para a produção de vinhos que também proporciona diversos benefícios para a saúde, mas que em excesso pode diminuir a absorção de ferro.

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Quem conhece a obra Sítio do Pica-pau Amarelo, de Monteiro Lobato, vai se lembrar que a fruta preferida da personagem Narizinho é a jabuticaba. E não é por menos! Além de saborosa, essa fruta carrega tantos benefícios pra saúde que é impossível não se apaixonar.

Que tal inserir a jabuticaba na sua alimentação hoje mesmo?

As informações contidas nesta página têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.