Nativa da América do Sul, Jamaica, México e Caribe, a salsaparrilha é uma planta tropical comumente utilizada no preparo de chás. Por séculos, os povos indígenas utilizaram sua raiz no tratamento de artrites e problemas de pele, como psoríase, eczema e dermatites. Nos Estados Unidos, foi registrada como componente do tratamento da sífilis.
Poderosa, a salsaparrilha contem ainda propriedades bactericidas e analgésicas. Além de seus fins populares, utilizados por séculos, e de alguns benefícios verificados em estudos antigos, como o de proteger o fígado, alguns estudos mais recentes de fato comprovam os benefícios dessa versátil planta. Vamos conferi-los?
Graças a um de seus principais componentes químicos, um esteróide chamado sarsaponin, a salsaparrilha mostrou-se eficiente no tratamento da psoríase, promovendo uma grande redução nas suas lesões. A hipótese dos pesquisadores é que este componente possa se ligar às endotoxinas responsáveis pelas lesões e, assim, removê-las do corpo (1).
Embora não seja tão eficiente quanto os antibióticos modernos, a salsaparrilha tem sido utilizada há séculos no combate a doenças como a sífilis e a lepra, já que ela mostra-se eficaz no combate a bactérias que causam esta e outras doenças. Pesquisadores analisaram a planta e verificaram que quase 19 de seus compostos são eficientes no combate a bactérias e fungos (2).
Embora mais estudos sejam necessários para comprovar o nível desta eficácia, três diferentes análises verificaram propriedades anticâncer na salsaparrilha (3, 4, 5). Embora seu consumo não substitua o tratamento clínico para pacientes, estudos deste tipo indicam que o consumo regular possa se mostrar benéfico na prevenção.
Abundante em flavonóides, a salsaparrilha mostra-se eficaz na proteção do fígado. Pesquisas apontam que ela pode ajudar a reduzir danos no órgão e melhorar o seu funcionamento
(6).
O que muitos destes estudos concluem é que estes complexos não são recomendados, uma vez que seus componentes, individualmente, podem apresentar efeitos colaterais em alguns indivíduos. No entanto, a Salsaparrilha (9, 10) pode ser um poderoso diurético. Assim, por eliminar a retenção de líquido e, por consequência, o inchaço corporal, acaba sendo associada ao emagrecimento.
É comum encontrarmos receitas, ou até mesmo anúncios de produtos, colocando a salsaparrilha como uma fonte natural de testosterona, podendo ser utilizada como afrodisíaco, no tratamento contra disfunções eréteis e até mesmo contra doenças de próstata.
No entanto, estudos científicos sérios apontam que essa alegação é falsa, e a planta não contem em sua composição tal hormônio (11, 12). Alguns estudos mais antigos, no entanto, indicaram ser possível sintetizar o hormônio com base em certos componentes da planta. O seu consumo in natura, porém, não apresenta tais benefícios (13).
Na medicina popular, os usos mais comuns da salsaparrilha – assim como de outras plantas -, são o chá e a garrafada. As garrafadas, para quem não conhece, são combinações de plantas medicinais veiculadas em bebidas alcoólicas, consumidas como uma espécie de tônico ou xarope. Embora na maioria das vezes não tenham comprovação científica nem tampouco sejam autorizadas pela Anvisa, as garrafadas não apenas encontram-se em muitas receitas da internet e dos costumes que passam de geração para geração como até mesmo podem ser encontradas a venda em muitos locais do país, em especial no interior, legitimadas pela cultura popular (14).
Vamos aprender a prepará-los?
No caso de optar por consumi-la em alguma destas formas que não in natura, verifique sempre a procedência.
Até o momento, não foram verificados possíveis efeitos colaterais da salsaparrilha e ela mostra-se segura para o consumo da maioria dos indivíduos. No entanto, grandes quantidades de saponins podem eventualmente causar irritação no estômago. Por via das dúvidas, indivíduos com sensibilidade neste órgão podem tomar cuidado com as quantidades, ou aumentarem as doses gradativamente. E, em caso de irritação, é necessário procurar um médico.
As informações contidas nesta página têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.