A espinheira-santa é uma espécie muito utilizada na medicina popular. Quem nunca ouviu os avós contarem sobre alguns benefícios conhecidos popularmente da planta ou experimentou o chá que diziam curar todos os males?! Ela é conhecida por combater problemas estomacais. Além disso, a planta também é procurada por ter propriedades emagrecedoras, porém, não existem artigos científicos que comprovem esse benefício (1).
Foi com os índios, há muitos anos, que a espinheira-santa ganhou esse nome, justamente pela aparência das folhas, que apresentam espinhos nas bordas e por ser um “santo remédio” para tratar vários problemas.
A espinheira-santa contêm triterpenos, taninos e flavonóides, compostos bioativos que podem ter ação antiulcerogênica e anti-gástrica. Esses componentes também podem ajudar a combater a diarreia e têm efeito protetor contra lesões gástricas (2, 3).
A maitenina, outro composto da espinheira-santa, tem forte atividade antimicrobiana. Os extratos das folhas e raízes também têm propriedades que combatem várias bactérias, o que reforça o poder antimicrobiano da planta (4).
A espinheira-santa também tem atividade antineoplásica, ou seja, inibe o crescimento de tumores. Estudos científicos também comprovaram as atividades antimutagênica e anticancerígena.
O extrato aquoso da espinheira-santa foi eficaz em aproximadamente 75% das doses testadas, exibindo boas respostas antimutagênicas ou um decréscimo sugestivo. Em outros estudos, foi avaliada a fração ativa antiulcerogênica da planta na atividade anticancerígena e os resultados foram positivos (5).
O extrato de espinheira-santa exerce uma importante atividade antioxidante, inibindo a peroxidação lipídica. Os antioxidantes protegem danos nas estruturas das células e podem prevenir o envelhecimento e doenças cardiovasculares (6).
A espinheira-santa também pode ajudar na cicatrização por meio dos benefícios anti-inflamatórios. Estudos científicos com o etanólico extraído das folhas da planta foram testados em ratos. O resultado dos testes foram positivos para as atividades analgésicas e anti-inflatórias da espinheira-santa.
Apesar de ser conhecida na medicina popular, estudos científicos comprovaram alguns benefícios da espinheira-santa. Mesmo assim, é importante que a planta seja consumida de maneira adequada.
Além dos chás e cápsulas, a espinheira-santa também pode ser utilizada externamente como cicatrizante da pele, por causa dos efeitos analgésicos e anti-inflatórios da planta.
A espinheira-santa não possui efeitos tóxicos se for consumida corretamente. Porém, a planta não é indicada durante a gestação, lactação e para crianças menores de 6 anos.
Além disso, ela tem atividade estrogênica, isso significa que pode causar interferências na parede do útero e dificultar a aderência do embrião. Assim, a espinheira-santa teria uma atividade contraceptiva. Também existem indícios que o uso de espinheira-santa cause redução do leite materno (8).
Apesar das contraindicações, a espinheira-santa pode ser uma ótima solução para problemas estomacais e também no combate de tumores. Não dava para imaginar que aquela planta, conhecida há muitos anos pelos índios, poderia mesmo ser um “santo remédio”.