PANCs é a sigla para Plantas Alimentícias Não Convencionais. O nome é bem autoexplicativo: são alimentos disponíveis na natureza, às vezes até bastante abundantes em determinada região, que simplesmente não são comercializados no mercado e, por conta disso, não são consumidos pela grande maioria das pessoas.
Por falta de costume ou mesmo de conhecimento, esses alimentos são considerados por muitos como “mato” ou ervas daninhas e não aproveitados na alimentação. E seu consumo nos dias de hoje tem muito a ver com sustentabilidade, já que, em tempos de mudanças climáticas e problemas ambientais, tudo o que a natureza nos proporciona de alimento já é algo grande.
A begônia é uma flor muito comum no Brasil, considerada geralmente como planta ornamental. Típica de climas tropicais, ou seja, mais quentes e úmidos, sobrevivem bem na sombra.
O consumo da begônia é feito de suas flores, usadas cruas em saladas ou incorporando-as em geleias e mousses. Possui sabor ligeiramente ácido, podendo substituir o ruibarbo nas receitas que demanda cozimento.
No entanto, muita atenção ao consumir flores de qualquer espécie: as adquiridas em floriculturas com desígnio meramente decorativo geralmente estão impregnadas de produtos químicos. Então, sempre adquira de produtores confiáveis. As flores em geral tem alta concentração de vitamina A e vitamina C, além de potássio, fósforo, cálcio e magnésio (1).
O hibisco tem sido bastante consumido ultimamente na forma de chá, feito de suas flores, em razão de suas propriedades emagrecedoras. Há muito tempo já consumida na Ásia e África, a planta tem propriedades diuréticas e ação antioxidante, ou seja, atua contra os radicais livres, que transformam as células saudáveis do corpo, causando o surgimento de doenças e o envelhecimento de uma forma geral.
Podem ser consumidas desta planta as flores (que tem sabor e aroma forte e adocicado), assim como as folhas e as sementes. No caso das flores e folhas, podem ser consumidas cruas ou refogadas (2).
Desta planta, podem ser consumidas as flores e as folhas. Além disso, as sementes torradas podem ser adicionadas a bebidas para dar-lhes sabor, como tempero. A planta possui muitos fitonutrientes (isoflavonas, carotenoides, flavonoides e terpenos), que têm a função principal de antioxidantes (3).
A serralha é uma planta que brota em climas mais amenos e é originária do norte da África. Possui propriedades diurética, antidisentérico, antidiarreico, possuindo diversos sais minerais e betacaroteno em sua composição (4).
É possível consumir todas as partes da planta, desde as folhas e caules até as flores. Podem ser usadas cruas em saladas ou mesmo cozidas e refogadas com outros ingredientes. Serve bem de tempero, pois é bastante aromática. Mas atenção: é uma planta bem amarga e recomenda-se que seja deixada de molho na água ou no suco da laranja para perder um pouco do amargor.
Pulmonária ou Peixinho é uma hortaliça que tem origem na Ásia e Europa Oriental. O nome “peixinho” se deve ao sabor das folhas, que quando fritas lembram sabor de peixe.
A planta possui efeitos antimicrobianos, antifúngicos, antioxidantes e já foi relatado que é bastante benéfica na reposição hormonal para mulheres em fase de menopausa. É muito usada contra afecções pulmonares e é relatado bom efeito nos sintomas da candidíase, em uso tópico (5).
A araruta é uma planta muito cultivada aqui na América do Sul, geralmente encontrada na forma de um polvilho, que substitui bem o polvilho de mandioca na preparação de receitas.
Este polvilho é extraído da raiz da planta e, por não conter glúten, pode ser muito bem aproveitados por celíacos e intolerantes, substituindo perfeitamente o trigo e a aveia, por exemplo, inclusive na preparação de receitas que levem as respectivas farinhas.
Esta planta possui reconhecidas ações de regulação intestinal, funcionando também como antidiarreico e de de fácil digestibilidade (6).
Esta planta tem sido bastante difundida como PANC e tem sido cada vez mais consumida por praticantes do veganismo, por seus altos valores nutricionais e concentração proteica. No entanto, existem diversos tipos da planta e a que deve ser consumida como alimento é somente a que tem flores brancas e miolo alaranjado.
A planta é rica em vitaminas do complexo A, B e C e possui a impressionante concentração proteica de 25% em suas folhas. Estas também são ricas em fibras solúveis, ou seja, são muito benéficas para a regulação do trânsito intestinal e tratamento da prisão de ventre. Também é bastante rica em ferro e ácido fólico, ambos elementos extremamente necessário às mulheres grávidas (7).
Pode ser consumida crua em saladas ou na preparação do feijão, angu e diversas outras receitas refogadas. Mas atenção: não pique as folhas para que não libere a “baba” e deixe a comida com textura viscosa.
Planta de folhas verde-escuras, macias, com poucas fribras e sabor refrescante. Também conhecida fora do Brasil com os nomes ceylon spinach ou philipine spinach. Pode ser consumida crua em saladas ou refogada em outras receitas, assim como o espinafre.
Possui propriedades diuréticas (na raiz) e é rica em magnésio, zinco, cálcio e proteínas (8).
As folhas da taioba são bem grandes, quase o dobro do tamanho de uma folha de couve e se assemelham muito com a folha do inhame e com a taioba brava, ambas não comestíveis. Portanto, é muito importante que se tenha absoluta certeza da procedência da planta para o consumo, já que outras parecidas podem inclusive ser venenosas.
A planta é rica em vitamina C, fibras, cálcio, magnésio, boro e manganês, elemento muito benéfico para o sistema imunológico. Tem também a propriedade de diminuir a gordura do fígado e prevenir o câncer de colo retal (9).
É indicado seu consumo refogada, tendo a textura parecida com a do espinafre, podendo ser usada em substituição a este em receitas diversas.
A bertalha coração é muito consumida no Rio de Janeiro. Com folhas verde-escuras, é rica em ferro e vitaminas A e C, além de cálcio e fósforo, além de ser rica em fibras e, por isso, auxiliar no trânsito intestinal.
Recomenda-se o consumo das folhas e do bulbo refogados, como a taioba e o espinafre. Uma receita bem tradicional é fazê-la com ovos pochè (10).
A urtiga requer solos úmidos e férteis para florescer. É bastante apreciada na culinária italiana, por seu sabor intenso. Tem propriedades diurética, antigotosas, anti-inflamatórias e antianêmicas, por ser incrivelmente rica em ferro (11).
Na culinária, pode ser preparada refogada, como o espinafre e a couve, retirando-se o talo central, que é muito fibroso.
A palma é uma espécie de cactus, nativa do México e muito consumida por lá, sendo seus brotos jovens comestíveis. Deve ser consumida descascando-se e retirando-se os espinhos. Depois de cozida, parece-se muito com o chuchu. Outra boa forma de consumo é fazer um suco verde, batendo sua polpa com limão, laranja e capim-santo (12).
A planta é rica em vitamina C, cálcio e magnésio.
A jaca verde tem sido cada vez mais consumida por veganos e vegetarianos em substituição à carne, havendo referência em várias receitas à “carne de jaca”. Ao ser cozida, a polpa da jaca fica com a aparência e a textura de frango e geralmente é usada em substituição ao frango desfiado, em receitas como coxinha e salpicão, por exemplo (13).
A jaca verde tem grande quantidade de minerais benéficos à saúde, como ferro, o potássio, o cálcio e o fósforo.
A batata doce tem sido preferência de alimentação em substituição à batata inglesa no mundo fitness há algum tempo. Mas as suas folhas também são comestíveis e possuem ótimo valor nutricional. Como as demais folhas verde-escuras, esta também é rica em ferro, muito indicada para tratar anemias. É também rica em antioxidantes e tem propriedade antibacterianas no uso medicamentoso (14).
Deve ser consumida cozida e refogada, sem que fique muito mole. Pode ser usada em recheios, assim como o espinafre.
A castanha-do-maranhão ou Monguba ainda é pouquíssimo conhecida. A árvore produz frutos muito parecidos com o cacau, verdes, com diversas castanhas macias em seu interior. O sabor lembra o amendoim e a avelã. Essas castanhas podem ser comidas cruas, cozidas ou assadas, tais como as demais castanhas mais conhecidas. Pode inclusive ser utilizada para fazer leites veganos, semelhante ao leite de amêndoa ou castanhá-do-pará.
Como as demais castanhas, a monguba é rica em fibras e proteínas, mas também é rica em calorias. Também contém elevado teor de triptofano, aminoácido precursor da serotonina (15).
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