Gengibre: 11 benefícios comprovados que você precisa conhecer

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Uma planta originária do continente asiático, famosa principalmente por seu rizoma (caule subterrâneo), raiz tuberosa de sabor picante que é utilizada como condimento em diferentes pratos, doces e salgados, da culinária do mundo todo.

No entanto, não é apenas como tempero que essa poderosa raiz é empregada. Ela é farta em nutrientes e compostos bioativos, que proporcionam diversos benefícios para o organismo, e há muito tempo se destaca entre os principais componentes da medicina natural, por suas diversas propriedades terapêuticas.

O gengibre tem ação anti-inflamatória, auxilia no processo digestivo, contribui para aliviar náuseas, para prevenção de resfriados, além de atuar como analgésico, diurético e cardiotônico, ou seja, para aumentar a força contrátil do coração, importante para quem apresenta insuficiência cardíaca.

Pode ser usado fresco, seco, em pó, como um óleo, suco ou para o preparo de chás, na fabricação de alguns cosméticos, e está presente na composição de diferentes remédios.

Também chamado de mangarataia no norte do Brasil, embora seja cultivado em quase todos os países, é encontrado mais facilmente nas regiões tropicais, que possuem um clima favorável para o seu cultivo.

11 benefícios do gengibre

Mencionamos nesse artigo 11 benefícios proporcionados por ele, todos comprovados por evidências científicas.

1. Gengibre contém gingerol, uma substância com poderosas propriedades medicinais

São os óleos naturais do gengibre que respondem por seu sabor e fragrância tão particulares. O mais importante deles, entretanto, é o gingerol, presente sobretudo no gengibre fresco e responsável por grande parte das propriedades medicinais que a raiz oferece, entre elas as anti-inflamatórias e antioxidantes (1).

2. É indicado para o tratamento de náuseas, principalmente as matinais

O gengibre possui um longo histórico no tratamento de náuseas, tais como o enjoo marítimo, também conhecido como cinetose, ocasionado pelos movimentos repetitivos como a subida e descida do navio no mar, proporcionando, muitas vezes, mais eficácia do que alguns remédios indicados pela medicina tradicional (2, 3).

Ele também pode aliviar náuseas e vômitos ocasionados após cirurgias e, em pacientes com neoplasias, quando submetidos à quimioterapia (4, 5).

Contudo, demonstra ainda maior eficiência no combate aos enjoos matinais, frequentes nos períodos iniciais da gravidez.

Uma revisão de 12 estudos, por exemplo, que contou com a participação de quase 1.300 mulheres grávidas, constatou que a ingestão diária de cerca de 1,5g de gengibre pode reduzir bastante esses sintomas, embora sua eficácia contra vômitos não tenha sido comprovada nessa revisão (6).

Mesmo que o uso do gengibre para esse propósito seja considerado seguro, é importante consultar um profissional de saúde antes de ingerir grandes quantidades durante o período inicial de gestação. A possibilidade de aumentar o risco de aborto espontâneo já foi anteriormente relatada, mesmo que até o momento não tenha sido comprovada por nenhuma evidência científica.

3. Pode reduzir dores, em especial as musculares

Diferentes estudos demonstram a eficácia do gengibre para a redução de dores musculares ocasionadas por atividades físicas. Em um deles, o consumo diário de 2g da raiz, durante 11 dias, apontou uma redução significativa na intensidade dessa sensação (7).

Embora não cause uma resposta imediata, a utilização da raiz comprovou ser eficaz na redução progressiva dessas dores, benefício atribuído à suas propriedades anti-inflamatórias (8).

4. Os efeitos anti-inflamatórios auxiliam nos sintomas da artrose

Uma doença das articulações, que chega a acometer até 30% da população mundial acima de 50 anos, a artrose é caracterizada pela degeneração das cartilagens, acompanhada de alterações das estruturas ósseas vizinhas, atingindo principalmente mãos, joelhos, coxas e coluna.

Em um estudo realizado com 247 pessoas com artrose no joelho, os participantes que ingeriram extrato de gengibre apresentaram um quadro com menor dor e menos necessidade de utilizar medicamentos para esse propósito (9).

Outro deles, constatou que a combinação de gengibre, aroeira, canela e óleo de gergelim, quando aplicada topicamente pode contribuir também para reduzir a dor ocasionada por essa doença (10).

5. Contribui para diminuir os níveis de açúcar no sangue e os fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardíacas

Apesar de recentes, diferentes estudos constataram as propriedades antidiabéticas do gengibre. Em um deles, realizado em 2015 com 41 participantes portadores do diabetes tipo 2, a ingestão de 2g de pó de gengibre por dia reduziu os níveis de açúcar no sangue em até 12% (11).

O mesmo estudo também apontou uma melhora de 10% na HbA1c, ou hemoglobina glicada, que indica o percentual de hemoglobinas unidas à glicose, ao mesmo tempo que comprovou a redução dos níveis de oxidação das lipoproteínas, um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

No entanto, apesar do resultado ter sido positivo, são necessárias mais evidências para confirmar essa propriedade da raiz.

6. Pode auxiliar no tratamento da indigestão crônica

A indigestão crônica, também conhecida como dispepsia, é caracterizada por um desconforto no estômago que pode durar de sete dias a um mês, e piorar com o tempo. Os sintomas incluem irritação estomacal, inchaço, arrotos, tontura e vômitos. Um dos benefícios proporcionados pelo gengibre é a aceleração do processo digestivo, contribuindo para amenizar os sintomas ocasionados por essa condição (12).

Um estudo realizado com 24 pessoas saudáveis, por exemplo, comprovou que a ingestão de 1,2 gramas de pó de gengibre antes de uma refeição, acelera o processo digestivo em até 50% (13).

7. O pó de gengibre pode contribuir para redução de cólicas menstruais

A dismenorreia, ou cólicas menstruais, surge na véspera da menstruação e desaparece no final do ciclo menstrual, contudo, a intensidade desses sintomas pode comprometer bastante a qualidade de vida das mulheres durante o período menstrual.

Um dos benefícios oferecidos pelo gengibre é o de aliviar essa dor. Em um estudo realizado com 150 mulheres no período menstrual, o consumo de 1g de pó de gengibre diariamente, durante os primeiros dias, demonstrou ser tão eficaz no combate a esses sintomas quanto os medicamentos adotados pela medicina tradicional (14).

8. Ajuda a diminuir os níveis de LDL, o colesterol ruim

A elevação dos níveis de LDL também está diretamente relacionada ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Em um estudo realizado durante 45 dias com 85 indivíduos que apresentavam um colesterol alto, o consumo de 3 gramas de gengibre em pó demonstrou reduzir significativamente os níveis de LDL (15).

Benefício também comprovado por outro estudo realizado em ratos de laboratórios com hipertireoidismo, em que o extrato de gengibre comprovou a mesma eficácia de medicamentos tradicionais (16).

Ambos os estudos apontaram ainda uma redução do colesterol total e triglicerídeos no sangue.

9. Gengibre contém uma substância que pode ajudar a prevenir contra neoplasias

O extrato de gengibre tem sido estudado como um tratamento alternativo para diferentes neoplasias. As propriedades anticancerígenas são atribuídas ao gingerol, substância encontrada em grande quantidade nele e a principal responsável por suas propriedades medicinais (17, 18).

Em um estudo com a participação de 30 pessoas, a ingestão diária de 2g de extrato de gengibre demonstrou reduzir as moléculas sinalizadoras pró-inflamatórias no cólon(19), embora em outro, realizado com indivíduos que apresentavam grande risco de desenvolvimento de câncer de cólon, esse efeito não tenha sido comprovado (20).

Existem, entretanto, algumas evidências científicas que confirmam a eficácia da raiz para combater o desenvolvimento do câncer de pâncreas, mama e ovário. Porém, mais pesquisas são necessárias (21, 22, 23).

10. Pode melhorar as funções cognitivas e proteger contra o Alzheimer

Algumas condições como o estresse oxidativo – desequilíbrio que ocorre entre a produção de radicais livres e a capacidade do corpo em combater os efeitos nocivos decorrentes deles –, ou o processo de inflamação crônica cerebral, podem acelerar o envelhecimento, além de estarem entre as principais causas apontadas para o desenvolvimento de doenças como o Alzheimer e para o declínio cognitivo relacionado à idade.

Alguns estudos realizados em animais sugerem que os antioxidantes e compostos bioativos presentes no gengibre, podem inibir respostas inflamatórias que ocorrem no cérebro (24).

Existem também algumas evidências de que ele atua diretamente para melhorar as funções cognitivas. Em um estudo realizado com 60 mulheres de meia-idade, o extrato de gengibre demostrou melhorar o tempo de reação e a memória (25).

Diferentes estudos, também realizados com animais, demostraram ainda que ele contribui para proteger contra o declínio das funções cognitivas relacionado à idade (26, 27, 28).

11. O gingerol, principal substância do gengibre, pode ajudar a combater infecções

A substância bioativa do gengibre fresco, pode ajudar a diminuir o risco de infecções ao inibir o crescimento de diferentes tipos de bactérias (29, 30).

O gingerol demonstrou ser eficaz contra as bactérias que acometem a mucosa bucal, conduzindo ao desenvolvimento de doenças inflamatórias nas gengivas, como gengivite e periodontite, além de combater o mal hálito (31).

Ao mesmo tempo que comprovou sua eficácia no combate ao VSR – vírus sincicial respiratório –, que atinge crianças e adultos e é responsável pela maior parte dos casos de doenças respiratórias, entre as quais está a bronquite, muito comum em crianças menores de 2 anos (32).

Um dos poucos super alimentos realmente merecedores do título, o gengibre pode ser consumido cru, como condimento em diferentes receitas ou mesmo cristalizado. Combate o enjoo, gases, indigestão, náuseas causadas pelo tratamento de algumas neoplasias e a perda de apetite. Auxilia na digestão de alimentos gordurosos e protege o fígado, tem ainda efeito diurético ajudando na eliminação de toxinas.

Sua ação anti-inflamatória pode aliviar dores decorrentes da artrose, dores musculares, infecções do trato respiratório, tosse, asma e bronquite.

Além disso, desempenha um importante papel na dieta alimentar, pois estimula olfato e paladar, contribuindo com a diminuição do uso do sal para temperar os alimentos.

As informações contidas nesta página têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.