Alfafa: benefícios, informações nutricionais e efeitos colaterais

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O conhecido alimento dos bovinos é rico em nutrientes e tem sido utilizado na medicina natural tradicional há muitos séculos para o tratamento de uma diversidade de doenças, em países como China, Iraque, Turquia ou Índia.

Também chamada de Alfafa-verdadeira, Alfafa-de-flor-roxa, Melga-dos-prados, Luzena, tem o nome científico Medicago sativa, pode ser encontrada como suplemento (pó ou comprimidos) e sementes, em lojas e farmácias de produtos naturais, ou mesmo germinada para ser consumida como brotos, geralmente encontrados nas prateleiras dos supermercados.

Parte da família das leguminosas, é rica especialmente em vitamina K, mas contém ainda vitaminas como C e B1, minerais e proteínas, em quantidades maiores quando comparada a outras fontes de alimentação (1).

A alfafa é tradicionalmente indicada para a saúde vascular, memória, dores renais, musculares, tosse, como antidiabético, antioxidante, anti-inflamatório, antifúngico, antiasmático, antimicrobiano, diurético e para o sistema nervoso central.

Conheça os usos terapêuticos que alguns estudos apontam para ela, entretanto, fique atento para as contraindicações ou possíveis efeitos colaterais, também sugeridos por pesquisas e saiba como adicioná-la à dieta.

Valor nutricional da alfafa

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Originária da Pérsia, o nome alfafa significa em árabe ‘o melhor alimento’. Foi escolhido em referência ao seu alto valor nutritivo, ao mesmo tempo que apresenta poucas calorias.

Uma xícara, ou 33g, de broto da leguminosa possui apenas 8 calorias e diversos nutrientes, apresentados em percentuais indicados de acordo com as recomendações nutricionais da Academia Nacional de Ciências dos EUA (2).

  • Vitamina K: 13% da IDR.
  • Vitamina C: 5% da IDR.
  • Cobre: 3% da IDR.
  • Manganês: 3% da IDR.
  • Folato: 3% da IDR.
  • Tiamina: 2% da IDR.
  • Riboflavina: 2% da IDR.
  • Magnésio: 2% do IDR.
  • Ferro: 2% da IDR.

IDR = Ingestão Diária Recomendada.

Contém ainda 1g de proteínas e 1g de carboidratos, fornecidos pelas fibras, além de alto teor de compostos bioativos – saponinas, cumarinas, flavonoides, fitoesteróis, fitoestrógenos e alcaloides (3).

Alfafa pode ajudar a diminuir os níveis do colesterol ruim

Um dos principais benefícios proporcionados pela alfafa é a sua capacidade de reduzir os níveis de LDL, o colesterol ruim. Numerosos estudos realizados com animais tais como macacos, coelhos e ratos, apontam esse benefício (4, 5, 6, 7), assim como uma quantidade menor deles, também confirma o efeito para seres humanos.

Um estudo realizado com de 15 pessoas, por exemplo, constatou que consumir cerca de 40g gramas de sementes três vezes ao dia diminuiu o colesterol total em 17% e o colesterol LDL em 18%, após 8 semanas (8).

Outro menor, com a participação de três pessoas, demonstrou que o consumo de 160g diários da semente, pode reduzir os níveis totais de colesterol (9).

O efeito é atribuído ao alto teor de saponinas, composto vegetal conhecido por diminuir a absorção de colesterol pelo intestino (10).

Outros benefícios para a saúde

Embora seja longa a lista de usos terapêuticos da alfafa destacados pela medicina natural tradicional, são poucas as evidências científicas que comprovam essas propriedades para a saúde humana, além disso, a maioria dos estudos registrados não explorou profundamente o tema. Abaixo destacamos alguns:

1. Auxiliar do diabetes

Um estudo recente realizado com animais, descobriu que os suplementos de alfafa diminuíram os níveis de colesterol total, LDL e VLDL em animais diabéticos e, os de açúcar no sangue (11).

Já outro, realizado apenas com ratos diabéticos, demonstrou também uma diminuição dos níveis de açúcar no sangue, além de comprovar um aumento na liberação de insulina pelo pâncreas (12).

Não existem, entretanto, estudos que confirmem esses benefícios para a saúde humana.

2. Alivia os sintomas da menopausa

Com alta concentração de fitoestrógenos, substâncias vegetais que apesar de apresentarem uma estrutura química diferente dos hormônios estrógenos, atuam da mesma maneira, a alfafa pode aliviar as ondas de calor causadas pelo período, como demonstra um estudo realizado com 20 mulheres (13).

Os efeitos estrogênicos foram ainda comprovados em outro realizado com pacientes que tiveram câncer de mama. Ele demonstrou que as mulheres que consumiam mais alfafa, apresentaram menos problemas relacionados ao sono (14). Porém, são necessárias mais pesquisas que confirmem esse potencial.

3. Efeitos antioxidantes

Mesmo ainda sem nenhum registro que comprove o benefício para saúde humana, a alfafa tem uma longa história de uso na medicina Ayurveda para tratar condições causadas por inflamação e danos oxidativos. Oficial na Índia, a Ayurveda tem sido difundida no mundo todo como uma técnica eficiente de medicina natural.

Vários estudos realizados com animais, no entanto, já confirmaram esses efeitos. Descobriram, por exemplo, que ela possui a capacidade de diminuir a produção de radicais livres, além de fornecer munição para o organismo combatê-los (15, 16, 17, 18).

Um deles, realizado com camundongos, descobriu ainda que o tratamento com alfafa pode ajudar a reduzir o dano causado por AVC ou lesão cerebral (19).

Contraindicações

Mesmo que o consumo de alfafa seja seguro para a maioria das pessoas, ela é contraindicada em algumas situações e pode gerar efeitos colaterais.

  • Pode ocasionar estimulação uterina ou contrações. Deve ser evitada, portanto, durante a gravidez (20).
  • Deve ser ainda evitada por quem utiliza medicamentos para diluir o sangue, visto que a vitamina K, presente em grande quantidade nela, pode reduzir a eficácia deles (21).
  • Os portadores de doenças autoimunes, como o lúpus, também devem evitá-la, já que ela pode reativar o processo inflamatório (22).

Em um estudo realizado com macacos, por exemplo, os suplementos de alfafa causaram sintomas semelhantes ao lúpus
(23).

Além dos portadores de lúpus, a alfafa não é ao mesmo tempo segura para quem apresenta qualquer alteração no sistema imunológico, uma vez que pode ser alta a incidência de bactérias encontradas nela, principalmente nos brotos, associados a surtos bacterianos no passado (24).

Por esse motivo, a ‘Food and Drug Administration’, agência federal do departamento de saúde e serviços humanos americano, aconselha crianças, mulheres grávidas e idosos a não consumirem a leguminosa.

Saiba como adicioná-la à dieta e cultivar os brotos

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Os suplementos de alfafa são encontrados em pó e podem ser adicionados a diferentes alimentos, ou consumidos como comprimidos. Suas folhas são muito utilizadas para chás, além dos brotos que podem ser acrescentados a saladas e sanduiches.

No entanto, como são poucos os estudos que comprovam os benefícios da alfafa, não há nenhuma recomendação sobre a dose mais segura ou eficaz. O mais importante, principalmente quando a opções for por suplementos, é assegurar-se sobre a idoneidade do fabricante ou fornecedor (25).

Cultivar os próprios brotos pode ser também uma maneira para garantir mais segurança no consumo dela. Veja como cultivá-los:

  1. Adicione 2 colheres de sopa de sementes de alfafa em uma tigela ou jarra e duas ou três vezes a mesma quantidade de água fria. Deixe descansar por cerca de 12 horas. Após esse período, remova toda a água, armazene em local escuro e temperatura ambiente por três dias para que os brotos germinem.
  2. Lave e drene novamente, deixando-os descansar por mais 12 horas. Depois disso, basta colocá-los em um ambiente que receba luz indireta por cerca de seis dias, quando estarão prontos para o consumo.
  3. Mesmo que sejam necessárias mais evidências que comprovem a eficácia da alfafa para saúde humana, estudos realizados até o momento apontam que os benefícios são maiores em comparação com riscos ou efeitos indesejados, eventualmente ocasionados por ela.

As informações contidas nesta página têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.